O catolicismo continua sendo a religião predominante da localidade, abrangendo
três quartos da população, 78%, embora somente a metade afirme manter um
vínculo mais contínuo com a comunidade católica, não se limitando aos
batizados, casamentos e missas de sétimo dia.
Quando indagados sobre a participação na Igreja, os entrevistados se
autodenominaram católicos "praticantes" e "não
praticantes". Muitos que nunca deixaram de ser católicos, hoje, por ser
mais "praticantes", se sentem de retorno à Igreja. O movimento
carismático tem muito a ver com o crescimento do grupo católico praticante.
Convém destacar, também, que esse segmento de católicos está bastante
difundido, caracterizado, como afirmam seus adeptos, pela ênfase numa
experiência religiosa renovadora.
O segundo maior grupo de fiéis, os evangélicos composto em sua maioria pelos
membros das Igrejas Assembleia de Deus, Batista, Universal do Reino de Deus,
Congregação Cristã, Evangelho Quadrangular, Adventista do Sétimo dia, Luterana
e Presbiteriana , representa 14% de fiéis do bairro.
Os evangélicos demonstraram, em suas declarações
à pesquisa, um conjunto mais ou menos uniforme de ideias, rituais,
comportamentos e compreensão do mundo, uma identidade religiosa bastante
definida, sendo constatada no grupo uma troca de ideias e práticas,
especialmente a pentecostal, que incorpora e é incorporada por outros segmentos
com denominações tradicionais como batistas, presbiterianos, metodistas, que,
nos últimos anos, passaram a adotar elementos da doutrina pentecostal.
No bairro, os "mórmons", representativos de 1,6% dos religiosos, são
frequentemente confundidos com os evangélicos e as testemunhas de Jeová, mas a
Igreja Mórmon é um nome não oficial para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias, presente no Conjunto Ceará há mais de vinte anos.
Os espíritas kardecistas representam 1% da população. Sem hierarquias,
sacerdotes e altares, têm como pilar a crença na imortalidade do espírito. Ao
serem indagados sobre rituais da doutrina, como os passes, afirmaram, na
maioria, que o espiritismo se baseia muito mais em leituras e na introspecção
que em rituais ou sessões que invocam espíritos. Admitiram para si o
diferencial de duas práticas doutrinárias: a caridade e a tolerância religiosa.
As crenças afro-brasileiras representadas pelo candomblé e a umbanda têm grande
visibilidade em práticas culturais importantes, mas no bairro apresentam-se
fragmentadas em pequenos grupos, fragilizadas pela ausência de algum tipo de
organização ampla, tendo que carregar o peso do preconceito racial que se
transfere do negro para a cultura negra. As religiões afro-brasileiras têm
poucas chances de se saírem melhores na competição com outras religiões. Há uma
diminuição de adeptos comparativamente às outras pesquisas.
Sem
religião
Dos entrevistados, 3,5% declararam-se "sem
religião", por não saber definir o que realmente são. Se esse sentimento
sugere, a princípio, a ideia de ateísmo, pode-se também pensar que não
significa ausência de religiosidade. Algumas pessoas simplesmente não têm
frequência assídua nos serviços religiosos, mas não se julgam propriamente
ateus, porque mantêm uma disposição religiosa diante do mundo, principalmente
em situações de insegurança física, emocional e financeira. Por outro lado,
1,2% dos moradores se consideram como ateus.
A seguir apresentam-se alguns demonstrativos sobre a
religiosidade dos moradores.